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Phase I - Philadelphia

Parecia impossível, mas partimos. A grande marcha para o Oeste começou. Para o Sul, mas começou. Roberto está fazendo o registro fotográfico, e eu conto as fofocas... como era de se esperar. Dêem um pulo na página http://www.delpiano.com/photojourney, que dá todos os detalhes da viagem rumo a Stanford.

Cinco minutos antes de partir, o caos. Vejam:
http://www.delpiano.com/photojourney/html/preparation.html

Tudo jogado, nada se encontra. A duras penas carregamos o carro somente com objetos de primeiríssima necessidade: estojo de primeiros socorros, sacos de dormir, estojo de costura para emergência, estojo de lente de contato, estojo de maquiagem, estojo de manicure. Serão 21 dias em um Chrysler 1987, sem ar condicionado, para atravessar os Estados Unidos coast to coast. Roberto perdeu a carteira. Achou a carteira de novo. Já estamos no carro, último checking pela enésima vez: chaves reserva, documentos, dinheiro. Perdi meus óculos escuros, pára tudo. Achei, tinham caído no porta-malas, entre o chapéu de Carnaval e a caixa de ferramentas. (http://www.delpiano.com/photojourney/html/first.html) Valodya e Sergey, dois amigos russos que ficaram na nossa casa, já nem se agitam mais a cada despedida. Vai ser uma longa viagem.

Antes de ir a Philadelphia, temos que passar no aeroporto e pegar Vanessa, que está chegando da Itália exatamente hoje. Vamos ficar na casa dela e do Massimo na Philadelphia. O aeroporto é a menos de 15 minutos de nossa casa, e já fomos lá umas cinqüenta vezes nos últimos dois anos. Surpresa, DESTA VEZ nos perdemos. Achamos Massimo e Vanessa, e a British Airlines perdeu uma mala da pobrezinha. Carregamos algumas malas no carro e decidimos ir na frente, eles nos alcançam na estrada. Perdemos a entrada para a New Jersey Turnpike e, surpresa!, nos perdemos de novo. Nem bem 14 milhas de casa e já nos perdemos duas vezes. Faltam só mais 2900 milhas. Vai ser uma loooooooonga viagem...

Chegamos à noite em Philadelphia, seguindo Massimo e Vanessa. Às margens do rio Delaware, divisa com New Jersey, a primeira impressão é ótimas: lindas pontes, margens arborizadas. Diz-se que os Estados Unidos nasceram na Philadelphia (obviamente, os Bostonianos dizem o mesmo sobre Boston). Mas enfim, a declaração da independência foi escrita aqui, o sino da liberdade está aqui e a bandeira americana foi costurada aqui (cortesia de Miss Betsy Ross). (Paulinha, não era aqui que moravas?). Diz-se que a cidade se orgulha da tolerância religiosa, definida por William Penn quando estabeleceu a colônia. Quase todas as igrejas de alguma importância nos EUA se encontram representadas aqui (acho que só perde para a Califórnia, mas a Califórnia tem mais seitas que a Índia, mesmo...). Vimos uma garota Amish distribuindo folhetos, e por ela passa um rapaz com cabelos rastafari. Tem de tudo por aqui...

O que impressiona na Philadelphia (além dos óbvios marcos históricos) é a arquitetura.
(http://www.delpiano.com/photojourney/html/aug22.html). Arranha-céus arrojados, refletem as luzes e cores do céu. Estávamos em plena Rittehouse district, uma área elegante e antiga da cidade, e víamos ao longe uma linha de prédios de crista, ou torres gêmeas, ou semi pirâmides. Um barato. Roberto ficou maluco com as cores. Fomos para um típico diner, sábado ao meio dia, para um brunch. Foi como se tivéssemos entrado em um filme dos anos cinqüenta. Entre aquela multidão de casacos de couro (senão de fato, ao menos em espírito) e tatuados, eu esperava a qualquer momento ver James Dean. O teto era arredondado como se fosse um trailer, como os originais diners. Juke-box para cada mesa, garçonetes circulando com bules de café (sorry, café americano, argh!) para reabastecer, pancakes e waffles e huevos rancheros nas mesas. Jantamos em casa mesmo, penne com creme de leite e presunto, típica comida italiana.

Massimo é de Trieste e Vanessa é filha de uma italiana com um jamaicano. Massimo estava desesperado porque há mais de um ano não comia panna (creme de leite). Os americanos têm aqui o heavy cream, que é quase líquido, e o sour cream, creme de leite azedo, mas falta a boa e velha panna italiana. Vanessa passou na alfândega com 14 pacotinhos de panna, quase um quilo de prosciutto crudo, três quilos de café italiano, doces de Trieste (uma delícia!). Massimo só faltou chorar. Depois da janta, demos cada um a nossa impressão sobre o caso Monica Lewinski e fomos para o Rio, para o Port of History. Na beira do Delaware, há uma certa história de que George Washington teria jogado uma moeda de um dólar de um lado ao outro do Rio. Um largo rio. Algum sabe algo sobre isto?

Amanhã vamos a Washington. Continuem acompanhando a viagem pelas fotos na página de Roberto. Ele é muito mais confiável que os meus relatos.

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